28/05/1986 D.C
18h30
Carissima Colega:
Já vai longe o tempo em que as horas neste escritório, pareciam ter 60 minutos, e em que a euforia de sexta feira não era tão evidente. Longe vai também a altura em que o zelo pelo trabalho era quase 100%.
Agora, as horas parecem ter crescido, e arrastam-se pesadas e monótonas ao longo de um tempo que parece parado.
O zelo; esse morreu e é já nesta altura um "cadáver" carcomido e esquecido nas profundezas recônditas da pouca lucidez que ainda nos resta.
Nada nos resta, pelo menos a curto prazo, a não ser navegar neste "corcel" de produtos quimicos que nos corroi o corpo e o espirito, qual ácido nitrico em contacto com o mármore, e de mármore somos nós, que temos que suportar com uma serenidade e coragem que não possuimos, mas que temos que possuir para podermos comer;vestir; enfim, viver.
Melhores dias virão certamente.
E quando as horas voltarem a ter 60 minutos, tudo parecerá melhor.
(carta descoberta numa gaveta na mesinha de cabeceira, escrita pela minha amiga e companheira de escritório naquele dia tão cinzento.)
Obrigado amiga por te ter conhecido.
18h30
Carissima Colega:
Já vai longe o tempo em que as horas neste escritório, pareciam ter 60 minutos, e em que a euforia de sexta feira não era tão evidente. Longe vai também a altura em que o zelo pelo trabalho era quase 100%.
Agora, as horas parecem ter crescido, e arrastam-se pesadas e monótonas ao longo de um tempo que parece parado.
O zelo; esse morreu e é já nesta altura um "cadáver" carcomido e esquecido nas profundezas recônditas da pouca lucidez que ainda nos resta.
Nada nos resta, pelo menos a curto prazo, a não ser navegar neste "corcel" de produtos quimicos que nos corroi o corpo e o espirito, qual ácido nitrico em contacto com o mármore, e de mármore somos nós, que temos que suportar com uma serenidade e coragem que não possuimos, mas que temos que possuir para podermos comer;vestir; enfim, viver.
Melhores dias virão certamente.
E quando as horas voltarem a ter 60 minutos, tudo parecerá melhor.
(carta descoberta numa gaveta na mesinha de cabeceira, escrita pela minha amiga e companheira de escritório naquele dia tão cinzento.)
Obrigado amiga por te ter conhecido.
1 comentários:
Deste texto, concretamente, confesso que não me lembrava... Mas tenho ainda, no "caderno" da memória, no "separador" alegrias, tantas e tantas gargalhadas, tantas histórias inventadas, tantas conversas profundas...
Longe, tão longe, está esse tempo de leveza, sem o peso dos anos na bagagem...
E no entanto... É bom perceber que ainda somos capaz de gargalhar, inventar histórias e ter conversas profundas...
Há coisas que nunca mudam!!!
Meu beijo grande em Ti.
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